Eu poderia estar matando...


Eu... valendo R$ 1,99

Eu tenho certeza de amar algumas coisas, sabem? Minha filha... um pedaço da minha família... alguns amigos que me restaram e outros que estou recuperando... Mas, gente, o que eu adoro mesmo é ser jornalista.

Não tem coisa tão emocionante quanto saber de algo, correr para entender o porque e falar a todos, de preferência em primeira mão, o que aconteceu! É uma espécie de vício... de felicidade... e de querer sempre, cada vez mais, simplesmente ter uma vida calma!

Não tem nada mais caótico que correr atrás da matéria... de ter que confiar em fontes nem sempre confiáveis... de interpretar as entrelinhas... e de (Senhor!!) passar a mensagem certa.

É ter vontade de ser o mais honesto possível com todo mundo... É querer mais o bem do outro do que o seu... É ter, de verdade, amor ao serviço... de comunicar e de explicar...

Ah! Nunca imaginem que jornalista não quer  mudar o mundo! Acredito, piamente, que escolhemos isso: ser felizes em contar histórias e modificar a vida em sociedade... e eu juro que é somente para o bem!

Trata-se de um serviço que não quer dizer trabalho... de uma incomodação nos acomodados... de tentar ser feliz sem ser culpado!

Porque ao jornalista restam poucas coisas: nenhuma longa conversa a não ser sobre notícias... e sempre o companheiro café quente ao lado...

Já estou começando a rimar... perceberam?

A culpa é da profissão: tão amarga quanto necessária... tão careta quanto hilária... de um dar sem dó acelerado...

É de querer estar sempre em evidência... é ver a sua vida tensa... e de nenhum modo conformado...

Poder ter a consciência tranquila... que de mais a mais se evita... um outro grande mal demasiado!



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