Apenas Ilusão




Por Almir Diniz // 


Silêncio. É noite alta. Alguém me chama.
Ouço-lhe a voz. Uns trinos. Passarinho?
Na lâmina do leito, de mansinho,
fragrância de delírios se derrama.

Estendo as mãos sob os lençóis da cama,
de tecedura de seda, renda e linho.
Infrutífera busca. No meu ninho
repousam só desejos de quem ama.

Entretanto, uma forma etérea e bela
invade a transparência da janela
e em segredo da noite se insinua...

Mas logo percebi, tudo era trama
de um sonho sensual... falsa era a dama;
real só um clarão tênue de lua.

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