E quem disse que jornalista aguarda inspiração?



Por Juçara Menezes // 

Estava a falar com o “The Boss” deste blog, quando disse a ele que andava cansada e sem inspiração para escrever coisa que fosse. Mandei para ele um post antigo do Pulga na Farinha (meu blog), que ainda está atualíssimo, e fui descansar um pouco.

Acontece, minha irmã, que jornalista não tem que esperar por inspiração. Nós não ganhamos (mal) para escrever poesia e sim para botar quente em matérias de interesse para alguém, em correr para pegar a notícia quentinha, em se matar para ter um furo de reportagem.

Ser jornalista é ser gênio todo dia, é ter que tirar leite de pedra, é matar um leão diário, é ter sede de querer sempre mais, nem que seja mais cerveja... rs....É querer fazer o certo, ouvir os dois lados e tentar mudar o mundo com nossas peraltagens...

Fazer mil e uma coisas ao mesmo tempo. Ter blog, Facebook, Orkut, Twitter e outras trocentas redes sociais, e atualizar todos os dias. É se preocupar com os filhos, porque sabe muito bem como é a vida lá fora.

É não poder ver o pôr-do-sol, não dizer o que pensa sempre, pois jornalista tem obrigação de ser neutro, apesar das inúmeras 'artimanhas', com ética sempre, para dar uma indireta.

Lembro de uma coletiva em que, antes da entrevista, uma assessora falou: "Temos que pensar tanto na empresa/autarquia que nem lembro mais se sou a favor ou não do aborto". E é verdade! Como assessor, sua opinião está inteiramente veiculada à seu emprego.

Se nós formos esperar por inspiração, vamos morrer de fome! Neste País, mesmo os mais consagrados escritores têm outra profissão e não sei de um jornalista que trabalhe em apenas um emprego, fazendo somente uma coisa. Temos mil e uma utilidades e o patrão, sempre esperto, sabe que acabamos dando conta de tudo.

Portanto, levante-se e faça algo novo todo dia, independente da sua profissão, e verás colher frutos podres e outros doces, mas nunca incólumes nos pomares da mente.

Enfim, é para ser máquina pensante para outros começarem a pensar.
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