Por Juçara Menezes//
Tenho um problema no joelho esquerdo chamado Cisto de Baker. O pequeno limão é operável e não me impede da fazer nada. Mas tem tendência a dificultar muito a labuta diária já que devo evitar subir e descer escadas e caminhar demais, como aconteceu nesta manhã.
A manhã, aliás, começou difícil, pois foi difícil sair da cama. Nada de mais, apenas uma dor suportável e costumeira. Precisava ir à Ufam entregar um trabalho, solicitado pela professora Judy Tavares. O trabalho era de fácil execução - para mim, pelo menos – e eu queria um segundo olhar. Para chegar à universidade com a melhor apresentação possível, resolvi imprimir o trabalho no dia da sua entrega.
Até aí, sem muitos problemas.
As dificuldades começaram quando deixei o computador na sala e não no quarto onde fica a impressora. Desci as escadas pela primeira vez e subi com o notebook. Um pouco mais de dor surgiu. Conectado a impressora, que fez seu trabalho em boa velocidade e alta resolução, deixei meu futuro livro em cima da cama e fui tomar banho.
Eu já estava pronta para sair quando vi algumas páginas pela metade, espalhadas no chão. A gata da casa, auto-intitulada dona da residência dos quintais do Aleixo, havia comido parte de minha obra-prima.
Consegui expulsar o bichano e vi que era necessário imprimir tudo outra vez. Até aí tudo bem, se o computador não tivesse descarregado sua bateria e eu precisasse descer e subir novamente as escadas por ter esquecido o cabo de força na parte de baixo. Mais um pouco de dor no joelho adicionado.
Com meu trabalho em mãos, orgulhosa e feliz da vida por poder sair e ainda chegar no horário certo da aula, descobri que não tinha pasta para levá-lo sem amassos para a faculdade. Peguei minha revista nº 1 do Vascão e coloquei dentro.
Subindo a pequena ladeira até a parada de ônibus, falei amenidades com o vizinho, que pediu para ver a revista. Depois que um outro veio falar-me, me despedi e andei o mais rápido que pude.
Já na parada de ônibus, notei a ausência da revista. Desci em disparada à procura do vizinho, já devidamente instalado em sua casa, que não sei qual é. Fui em casa e imprimi o dito cujo novamente e, novamente, precisei subir e descer as escadas.
Na saída, o vizinho chega e me devolve a revista. Com o trabalho dentro.
Desta vez, eu corri mesmo para chegar a parada de ônibus. Em pouco mais de uma hora, estava em frente à professora.
Eu: Er... professora. Desculpe o atraso... é embaraçoso, mas é que meu gato comeu trabalho. Ainda dá tempo?
Profa: Aguarda só um minutinho que ainda faltam estes alunos para falar comigo. Os últimos que chegaram serão assistidos depois, ok?
Eu: Tá certo, professora. Então, eu vou lá fora me matar um pouquinho.
Profa: Ué, não era você que tinha parado de fumar?
(Não se pode falar nada no Twitter!)
Uma hora depois, a professora Judy, com impressionante paciência, me chamou. Quando me sentei, bati os joelhos na mesa e a dor se tornou quase insuportável.
- Bateu as pernas?, perguntou preocupada a professora.
Juro que foi a única frase inteira que compreendi. Quando dei por mim, estava pegando o ônibus 221, Nova Esperança, para mais um dia de trabalho puxado.
2 Comentários
Clique aqui para Comentáriosamor...nossa gatinha fez isso? ué...o que deu nela? kkkkkkkkkkk...
Respondertão lindinha...tão quieta...kkkkkkkkkkk...
bjosteamo!
cláudia
Ela fez tudo isso em uma pequena manhã! Foi triste... Obrigada por ler este espaço!
ResponderBeijostbamovocê!
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