[RESENHA] Irene, de Pierre Lemaitre



Por Cláudia Pereira // 

Estou começando a gostar de ler livros na Saraiva.

A situação tá crítica.

Preços exorbitantes e meu bolso sempre vazio.

Então, tive que apelar para a leitura grátis e sofrida.

Sofrida porque confesso minha vergonha em fazer tal coisa.

Degustar de um livro que não me pertence é como  saborear um pedaço pequeno de torta de limão.

Sofrível, mas necessário.

Imagino que existam tantos outros na mesma situação.

Deixando a falência de lado, vamos ao livro de Pierre Lemaitre.

Depois de ler pequenos trechos de outros livros bem ruins, caiu em minhas mãos esse “Irene”.

Fã ardorosa de investigação criminal, fui imediatamente fisgada pelo tom realista e doentio usado pelo escritor.

O comandante Camille Verhoeven investiga a autoria de crimes horripilantes cometidos por um serial killer.

A imprensa o batiza de “O Romancista”.

Feliz no casamento, Verhoeven tenta não contaminar a vida conjugal com os assassinatos em série cometidos pelo assassino.

O comandante vai aos poucos adquirindo uma obsessão que coloca em risco a integridade física de sua família.

Devo dizer que o assassino é realmente um dos mais perversos que já tive o desprazer de conhecer.

Pierre Lemaitre descreve as cenas dos crimes com uma crueldade apavorante.

Visualizei cada corpo perfurado, manipulado e aniquilado pelo Romancista.

Deu asco.

Deu medo.

E pasmem!!!

Dessa vez não consegui descobrir a identidade antes do clímax final.

Foi realmente uma surpresa.

Lemaitre mantém a adrenalina em níveis incríveis.

Já imaginei que o enredo daria um filme de tirar o fôlego.

Terminei “Irene” com um sentimento de tristeza.

O final é realmente de uma ironia torturante.

Há muito tempo que não lia algo tão violento.

Pierre Lemaitre virou meu queridinho.

Um escritor que parece conhecer a mente doentia que habita em alguns seres humanos.

Para quem tem estômago forte e imaginação além dos limites.

SINOPSE

Para o comandante Camille Verhoeven, a vida não poderia estar melhor: ele tem um casamento feliz e está esperando o primeiro filho com a amável Irene.

Mas sua rotina agradável é interrompida por um assassinato cuja brutalidade choca toda a Brigada Criminal. O caso se torna ainda mais sombrio quando são encontradas similaridades entre o crime e o assassinato hediondo relatado em Dália Negra, um romance policial de James Ellroy, publicado em 1987.

A imprensa, então, apelida o assassino de "O Romancista" e a investigação do caso se desenvolve com os dois homens – o comandante Verhoeven e O Romancista – sob o olhar público, e um está determinado a ser mais inteligente do que o outro. No entanto, só é possível haver um ganhador: aquele que tem menos a perder
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