Não vou crescer. E pronto!




Por Juçara Menezes // 

Ouço reclamações de todo o tipo diariamente. Caso eu queira jogar videogame, é perda de tempo. Se eu corro todo o mês às bancas para comprar a Turma da Mônica Jovem, reviram os olhos. Caso eu fale com voz de rato, sou um mimo. Assistindo desenho animado, falam: de novo toda hora!

Pois bem. Agora me rebelei. Quero saber, sinceramente, onde está escrito que eu tenho que crescer! Hein? Hein? Alguém? Not, not not...

Até a Idade Média, não havia infância nem adolescência (também não tinha purgatório, mas isso é outra História). Oras! Acredito piamente na crença espírita que somos seres reencarnados! Quem me garante que não vivi naquela época, sendo pobre e tendo que trabalhar sob sol ou chuva para ajudar nos sustentos da casa, sem ter ao menos um carrinho de plástico para brincar?

Eu fui criança e foi uma época feliz. Fiz apresentações de piano memoráveis, pilotei carros de Fórmula 1 e tirei o TRI do Senna. Fui uma grande baterista num show internacional e o Esqueleto sempre ganhou do He-Man nas minhas estórias. Por que mudar o que estava tão bom?

Ok, o tempo passa e, com grandes poderes, vem grandes responsabilidades (sim, assisti a todos os Homem-Aranha e tenho um copo 3D), mas porque não posso ter meus queridos sete anos de vez em quando, só para ficar diferente?

Por isso, a partir de hoje, declaro que serei criança de corpo, alma e coração o tempo todo porque sim! Vou pegar carona numa calda de cometa, ver a Via Láctea, brincar de esconde-esconde numa nebulosa ou chamar os amigos para unidos vencermos a semente do bem!

Mas isso é só para amanhã. Agora me deixe ir que tenho que ajudar a fechar um jornal...

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