A covardia me deu a oportunidade de continuar




Por Juçara Menezes // 
(ou Por que Pulga na Farinha – parte II: A missão)

O blog nasceu da necessidade de falar o que bem entendo e sinto. Nada muito diferente dos outros. O único porém é que são MEUS escritos, importante para quem viveu calada por tanto tempo.

O poema aí de cima, com seus destaques, mostra bem do que eu precisava na época (encontrei em 1998). Eu já me achava diferente e as pessoas próximas já me faziam sentir excluída, não amada. Até hoje me pergunto se elas me amam ou se representam uma convenção.

Descobri o que me fazia tão infeliz quando escrevia os poemas e o por quê destes serem tão melancólicos. Eu já havia aceitado que era lésbica e já sabia, de antemão, quão iria sofrer se abrisse a boca.

Um dia, porém, isso teve que acontecer, e o foi exatamente como o esperado: brigas diárias, preconceitos escarrados, indiretas fulminantes e a rotina de humilhações. Não me matei porque já tinha Amanda, mas confesso: tentei ainda uma vez depois que ela nasceu.

A covardia me deu a oportunidade de continuar. Ainda sim, preferia ficar só.

Eu sofri e sofro com estas humilhações até hoje. Por isso, raramente me assumo no trabalho onde estou, mal falo com algumas pessoas da minha família e tenho nojo de certas reuniões hipócritas que eles, graças a Deus, pararam de insistir a minha presença.

O importante agora é que, apesar da mágoa ainda pulsante, há pessoas que me amam por quem eu sou. São poucas, mas não tem problema. Quase cheguei ao estágio de não me importar completamente com aqueles que deveriam me amar, dizendo que se importam, mas eu ainda desconfio ser de verdade...

#Prontofalei
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2 Comentários

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Rodrigo Fontes
Administrador
16 de março de 2011 às 09:00 ×

Somente o fato de você ter coragem e assumir perante todos te faz ser melhor do que muita gente por aí escondida sob a face da hipocrisia e da intolerância. Admiro muito isso.

Ademais, se os outros não conseguem te aceitar assim é porque eles não são merecedores.

Lembre-se que Deus não tem preconceito.

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Anônimo
Administrador
16 de março de 2011 às 10:56 ×

Oi Rodrigo, que bom você aqui de novo!
Obrigada pelas palavras! É bom saber que há pessoas como você: longe dos olhos mas presente. E com mais um detalhe: nem nos conhecemos ao vivo!
Abraçao, meu querido!

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