Por Cláudia Pereira //
Espero estar equivocada, mas “Enlightened” deve ser a primeira produção da HBO que parece destinada ao fracasso.
Não sei se por culpa do roteiro ou da interpretação equivocada de Laura Dern, mas realmente a série não consegue convencer como drama ou comédia.
Mas, eu juro que tentei rir, tentei chorar, tentei sentir dó e raiva. Nada feito. Só consegui ter uma vontade enorme de conferir a estréia de The Walking Dead (o que sabiamente fiz).
Cá entre nós, existe coisa mais chata que uma pessoa feliz e realizada?
Ok, sou suspeita pra falar, afinal de contas, sempre vejo chifre em cabeça de duende.
Vou tentar explicar resumidamente o roteiro de “Enlightened” .
Amy (Laura Dern) é uma executiva boca suja, egocêntrica e muito metida, que surta em pleno local de trabalho. Xinga a secretária, o boy, o mundo todo. O ataque de nervos tem o seu ápice quando a doida encontra o chefe/amante e exige uma merecida promoção.
A cena é a única coisa boa de todo o episódio e a gente até sonha que está diante de algo realmente inovador.
Ledo engano, somos obrigados a lidar com a mudança repentina de personalidade da personagem.
Amy se interna numa clínica no Havaí onde descobre seu enorme potencial espiritual. Ela esquece toda a agressividade interna e simplesmente se transforma numa pessoa muito boazinha que vê luz em conchas do mar.
A biruta retorna ao convívio social e tenta provar que agora é uma nova mulher.
Tem o início o martírio de quem a conhece. Amy parece ter mudado de roupa e cabelo, mas por dentro ainda se comporta como uma criança mimada que necessita de atenção.
Como ninguém dá a mínima para a sua descoberta, eis que ela entra em parafuso e não aceita ser ignorada.
Sua mãe (a ótima Diane Ladd) a olha com desdém.
O ex-marido Levi (Luke Wilson) tira sarro o tempo todo de suas convicções religiosas e cheira cocaína descaradamente na sua frente.
Por fim, o ex-patrão e amante também foge dela feito diabo na cruz.
Agora imaginem ter que suportar essa ladainha por vinte e poucos minutos? Pois é, a duração é pouca e a minha paciência também.
Impossível manter o interesse num tema tão piegas quanto esse. Que tipo de conexão dá pra sentir com uma personagem que nem sequer parece real?
A interpretação exagerada de Laura Dern não ajuda e sela a completa falta de senso de todos envolvidos nesse projeto.
O público que não é bobo, perdeu o interesse e a audiência caiu drasticamente.
Melhor desligar a tv e ler um livro.
Ver essa baboseira de auto ajuda é mais chato que ouvir pregação em ônibus lotado.
“Enlightened” tem uma proposta imbecil de fazer rir. Que nada. O máximo que consegue é criar rusgas de preocupação...
Será que existe no mundo pessoas assim tão cretinas como a personagem central?
Dá medo de pensar que sim...
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