Por Cláudia Pereira //
O aclamado J.J.Abrams retorna em mais uma produção criada para causar impacto na pequena tela. Há exatamente sete anos, ele lançava Lost como a série mais comentada de todos os tempos.
Lost acabou e o que restou foram cinzas. Não deu nem tempo de sentir saudade e ele já retornou com outra promessa de bombardear o espectador com seus roteiros de ficção aventura.
“Person of Interest” é a produção da CBS que espera causar burburinho pós Lost. Não sei o que irá resultar da união de J.J. Abrams e Jonathan Nolan (Batman – O Cavaleiro das Trevas), mas o pilot já me disse muita coisa.
É chato. Confuso. Com um ator principal pouco carismático, com um coadjuvante pior ainda e um elenco de apoio sofrível.
O único grande momento fica a cargo da trilha sonora que coloca Massive Atack para tocar no que seria o ponto crucial da trama. Mas, será que isso basta para tornar uma idéia complicada um sucesso?
John Reese (Jim Caviezel) é um ex-agente da CIA desempregado que perambula pelas ruas de Nova York sem rumo. Flashbacks mostram que ele vivia uma intensa história de amor justamente no dia dos atentados de 11 de setembro.
Lembranças dolorosas levam a crer que a namorada tenha morrido logo após o triste acidente.
Talvez tudo seja esclarecido mais adiante, quem sabe?
Surge no caminho de Reese o misterioso Finch (Michael Emerson),inventor milionário que criou uma máquina para o governo capaz de prever os mais diversos crimes. Obviamente que a intenção de Finch era capturar qualquer terrorista que poderia vir a realizar outro ataque à nação. Mas a máquina lista toda atividade fora do normal e Finch teve que ensiná-la a separar os delitos em relevantes ou irrelevantes.
Ao governo não interessa qualquer crime que não seja ligado ao terrorismo. Finch resolve, por contra própria, pegar a lista dos casos irrelevantes e solucioná-los imediatamente. A máquina oferece o número do seguro social do suspeito ou vítima, e Finch pede que Reese solucione o caso antes que vire um fato real.
Escrever sobre o Piloto cansa, imagina ter que assisti-lo? Pois é, “Person of Interest” perde o fôlego e se torna desinteressante. Ou seja, torna-se irrelevante para o espectador ver aonde essa salada malabarista irá acabar.
Jim Caviezel está péssimo, não passa nenhuma emoção. Nada. É um rosto sem definição nenhuma. Michael Emerson está apático e a ótima Taraji P. Henson não tem nenhuma chance de fazer algo a respeito. Vale ressaltar que ela interpreta uma detetive da homicídios completamente ignorada no resto do episódio.
Enfim, “Person of Interest” não vale o que vende. É coisa retrô com pinta de novidade. Mas não é nada além de um amontoado de idéias já usadas em Minority Report....
E dessa vez, não temos a presença do razoável Tom Cruise para salvar o projeto.
Agüentar a cara de limão azedo de Caviezel não serve como entretenimento nem em dia de chuva.
“Person of Interest” tem tudo para virar atração na Globo durantes as férias do Jô. Ótima idéia, a série é um competente sonífero para quem sofre de insônia....
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