MANAUS – Para ajudar o meio ambiente, o etanol é, sem dúvida, o produto mais indicado na hora de abastecer o veículo. Ainda assim, sair do discurso para uma atitude ambiental consciente é um desafio quando o combustível menos poluente é pouco competitivo nos postos dos nove Estados que compõe a Amazônia. Na pesquisa semanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), a gasolina ainda é mais vantajosa que o álcool em todas as capitais da região.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos revendedores de combustíveis e derivados de petróleo do Amazonas (Sindcam), Geraldo Dantas, as vendas de etanol são mínimas em Manaus. O motivo: o valor cobrado na bomba é fortemente influenciado pelo frete: o Estado não é produtor do combustível e precisa exportar o etanol do Nordeste, interior de São Paulo e do Mato Grosso.
A relação entre o uso do combustível não poluente e o bolso pesa na hora da escolha. “O etanol evapora mais rápido e o consumo é maior que da gasolina. O preço médio da gasolina em Manaus é de R$ 2,89, enquanto o álcool fica entre R$ 2,39 a R$ 2,40. Não compensa abastecer com o produto ecológico”, explicou Dantas. Para que haja compensação no alto consumo, os valores dos dois combustíveis devem ter uma diferença de, no mínimo, 30%.
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A série de fatores empurra para baixo a procura pelo etanol na região. O vice-presidente do Sindcam assinalou que as baixas vendas do combustível fazem com que os postos (cerca de 80% dos 220 em Manaus) só comercializem o álcool para não perder o cliente.
Quando o assunto é Gás Natural, o manauara está devendo mais ainda ao meio ambiente. Segundo o Departamento de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), menos de 1% da frota de Manaus utiliza o combustível. E nesse campo, o desempenho não é um problema. Com a utilização do GNV, o carro teria um maior rendimento, pois com um metro cúbico do Gás Natural – produzido em Urucu – o motorista rodaria mais quilômetros, se comparado a utilização de um litro de Álcool ou Gasolina.
A ideia de economia, no entanto, parece não ter atraído substancialmente o consumidor. Problemas nas bombas de abastecimento e a falta do combustível na fase inicial do programa – além da falta de informação – são alguns motivos que podem explicar o desinteresse da população em realizar a conversão para o GNV. Isso porque, devido à baixa demanda, os próprios donos de postos que comercializam o produto não têm feito maiores investimentos no setor.
Preços variam entre os Estados da Amazônia
Na última semana, de acordo com a ANP, a maior alta foi verificada no Amapá, onde o preço do litro do etanol subiu 1,45%. Já a maior queda semanal ocorreu no Pará, de 2,32%. No período de um mês, a maior queda foi verificada no Maranhão, onde a cotação média recuou 3,26%. O preço máximo do combustível em todo o Brasil ficou por R$ 3,12 por litro e foi registrado no Acre.
Se considerada a média de valores, o maior preço médio foi registrado em Roraima, a R$ 2,564 por litro. No Acre, o preço médio do etanol ficou em R$ 2,494, enquanto Tocantins apresentou valor mediano de R$ 2,192. Dos 109 postos pesquisados no Maranhão, o preço médio encontrado foi o de R$ 2,135. Já no Mato Grosso, o litro sai pouco mais de 20 centavos mais caro que nos postos maranhenses.
O vizinho Pará também ficou em média R$ 2,315, enquanto Rondônia obteve um preço mais salgado: R$ 2,425.
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