MANAUS – O manauara trabalhou pouco mais de 25 horas em março para comprar 4,5 kg de carne. O preço do item custa R$ 15,88 (média) em Manaus, segundo a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. A pesquisa mensal, divulgada nesta segunda-feira (9), também apontou um aumento de 1,77% da cesta básica em março, em relação ao mês anterior.
Os 13 itens básicos da alimentação custaram R$ 257,41 ao bolso do manauara no último mês. Para quem recebe salário mínimo, o valor corresponde a 44,98% – quase metade de todo o rendimento mensal. Para quem precisa dividir o orçamento com tantos outros gastos, a opção é deixar de comprar certos itens e procurar alternativas, como explica o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Gaitano Antonaccio.
Ele lamenta estar provado matematicamente que não dá para se alimentar de carne todos os dias. O jeito é ir para o frango e o peixe regional, como o jaraqui. Os pescados da época são opções mais baratas para o manauara. “Ficamos impotentes porque os preços estão aquém do que se pode consumir. O trabalhador precisa renunciar a alguns produtos. A previsão para os próximos meses é de piora. Temos que nos prevenir”, salientou Antonaccio, ao lembrar do problema das enchentes em diversos municípios do Amazonas.
O prenúncio de aumento nos valores dos itens da cesta básica também é preocupante para a presidente da Associação das Donas de Casa do Estado do Amazonas (ADCEA), Elisabete Maciel. Ela lembra que alguns produtores rurais do Amazonas já perderam ou ainda vão perder sua safra. Itens como couve, pimenta e batata doce devem ter alta já este mês. “Quando alguns itens aumentavam de valor, a alternativa estava nos produtos regionais. Com esta situação, talvez os menores preços venham de outros estados, mas acho difícil. O prejuízo vai para o rancho”, salientou.
Governo fomenta produção rural no Estado
Tomate ainda pesa no bolso do manauara. Foto: Divulgação
As hortaliças, pelo menos, estão protegidas e livres do futuro aumento por conta da enchente. É a garantia do presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Valdelino Cavalcante.
“Hortifruti estão em terra firme. A produção já avançou bastante e tem aumentado a cada ano. Na questão da pecuária, o governo do Estado prevê um fomento para os produtores para suporte da ração, atendendo tanto a pecuária leiteira e a de corte (carne)”, explicou o presidente.
O suprimento serve para auxiliar tanto os produtores de Manaus e entorno quanto dos outros municípios do Amazonas.
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