Empresários do setor preveem recuperação neste segundo semestre. Previsão de crescimento gira em torno dos 15%.
Juçara Menezes - jornalismo@portalamazonia.com
MANAUS – A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) fez muita gente sonhar com o carro 0km. Após o anúncio, consumidores correram às concessionárias para comprar seu veículo novo, o que resultou no ‘encalhe’ de muitos veículos usados nas concessionárias revendedoras de Manaus. Apesar da queda nas vendas no primeiro semestre, empresários do setor preveem um aumento nas vendas em 15% para esta segunda metade do ano.
Gerentes e proprietários de concessionárias, compra, venda e intermediação de veículos estimam elevação nas vendas para este segundo semestre. A avaliação fica entre 5% e 30% de crescimento, em relação aos primeiros seis meses de 2012, chegando a média de 15% de expectativa de crescimento.
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A estimativa positiva para o segundo semestre deve-se a clientes como a professora Monique Simões. Ela aproveitou a reforma econômica para tentar ter um carro 0km para garagem. A pedagoga desejava um veículo há algum tempo, no entanto as novas formas de pagamento (com entrada de no mínimo 20%) pesaram no bolso.
“A escolha por um seminovo aconteceu por uma necessidade, pois queríamos o 0km. Com o que compramos, o financiamento acontece em 48 vezes. A intenção é quitar antes. Até terminar o pagamento, me capitalizo, dou o usado como parte do prestação e compro um novo”, explicou a professora.
“A escolha por um seminovo aconteceu por uma necessidade, pois queríamos o 0km. Com o que compramos, o financiamento acontece em 48 vezes. A intenção é quitar antes. Até terminar o pagamento, me capitalizo, dou o usado como parte do prestação e compro um novo”, explicou a professora.
Especialistas econômicos afirmam que as reformas válidas até o final de agosto não vão atender a principal necessidade do mercado: incentivar a facilidade de acesso a crédito fiscal. A estimativa é que a renúncia fiscal chegue a R$ 1,2 bilhão.
Segundo o proprietário da Martins Veículos, Eliéser Rabelo, as mudanças podem ser benéficas no que diz respeito ao fluxo de clientes nas dependências das concessionárias. “Quando o consumidor percebe que há uma queda nos preços, ele entende que talvez possa adquirir um carro mais equipado e aproveita para pesquisar”, disse.
Feirões ajudam nas vendas
Mesmo com a entrada de quatro mil veículos todo mês, somente em Manaus – conforme os dados do presidente do Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb), Manoel Ribeiro -, as vendas de veículos na capital sofreram quedas no primeiro semestre.
O empresário de seminovos e organizador do Feirão Manaus, Altamiro Souza, garante que o setor passa por dificuldades desde 2008. Por isso, a necessidade de crescimento é de 30% para a metade final deste ano, em comparação com o primeiro semestre de 2012. “O maior problema na comercialização dos veículos é o financiamento. Os bancos estão com regras mais rigorosas para os empréstimos”, afirmou.
A gerente da Logos Veículos, Joelma Menezes, concorda com o empresário. A cada 100 solicitações feitas às agências, cerca de 10 são aprovadas. Para ela, o número mostra que a procura pelos veículos é alta. Com esta dificuldade, a estimativa de crescimento na loja para o semestre fica entre 5% e 10%.
Conforme o gerente de negócios da Dodó Veículos, José Queiroz, o endividamento alto é um dos fatores que dificulta o financiamento e a realização do negócio. “A inadimplência disparou. Os bancos têm R$ 10 milhões a receber, por isso a análise de crédito está mais rigorosa. Ainda sim, esperamos elevar as vendas em até 30% até o fim deste ano”, assinalou.
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