por Juçara Menezes //
Meu irmão caçula, sabendo do meu amor por livros e pela paquera pelos HQs, me emprestou 'Fun Home', de Alison Bechdel, prometendo-me que 'era a minha cara'. Curiosa com um enorme livro e uma história verídica em Quadrinhos, devorei o exemplar em uma só noite, relendo calmamente no dia seguinte.
Por que tanta pressa? Porque a autobiografia é bem contada, inicialmente respeitando uma cronologia e, em um segundo momento, com diversos flashbacks milimetricamente colocados em seus lugares certos.
A história se passa na casa dos Bechdel, uma tradicional instituição funerária, e narra a infância e adolescência de Alison e sua relação direta e monocromática com o pai, Bruce. Desde sempre, a pequena Ali percebe que seu pai dá mais valor ao que se pode ver, ao tácito, às aparências... e sim, elas enganam.
Mesmo com uma casa com tamanho razoável e em um bom bairro, o pai fazia de tudo (inclusive procurar objetos em lixo) para deixar o imóvel com a 'cara da riqueza'. Tal obsessão do professor de Inglês não passou despercebido, tendo Alison também observado, ainda em criança, que Bruce pretendia esconder toda e qualquer imperfeição.
Rígido e nada amoroso, a relação com Bruce foi extremamente distante, até Alison ir para a faculdade. E é aí que o pai se torna mais presente, sendo um conselheiro eficaz especialmente nas aulas de Inglês da Filha.
Também na mesma época, Alison se descobre lésbica. Ao contar para a mãe, esta relata os casos amorosos homossexuais do pai, incluindo um babá deles. O mundo estremece e tudo e nada começam a fazer sentido.
Eis uma pequena imperfeição: no meio do caminho, há inúmeras citações de livros, clássicos ou não, que só entende a ironia quem já os leu. Em alguns trechos, eu me perdi.
Sobre as linhas de HQ, são limpas, diretas e extremamente apaixonadas, no sentido dos detalhes. Cada quadrinho tem em si um item importante para a história que não foi colocado ali por acaso.
Ganhador de vários prêmios, inclusive de livro do ano pela The New Yoark Times (2007), Fun House é leitura obrigatória para os amantes de HQ e de autobiografias, além da comunidade LGBTT.
Recomendação: MÁXIMA
Meu irmão caçula, sabendo do meu amor por livros e pela paquera pelos HQs, me emprestou 'Fun Home', de Alison Bechdel, prometendo-me que 'era a minha cara'. Curiosa com um enorme livro e uma história verídica em Quadrinhos, devorei o exemplar em uma só noite, relendo calmamente no dia seguinte.
Por que tanta pressa? Porque a autobiografia é bem contada, inicialmente respeitando uma cronologia e, em um segundo momento, com diversos flashbacks milimetricamente colocados em seus lugares certos.
A história se passa na casa dos Bechdel, uma tradicional instituição funerária, e narra a infância e adolescência de Alison e sua relação direta e monocromática com o pai, Bruce. Desde sempre, a pequena Ali percebe que seu pai dá mais valor ao que se pode ver, ao tácito, às aparências... e sim, elas enganam.
Mesmo com uma casa com tamanho razoável e em um bom bairro, o pai fazia de tudo (inclusive procurar objetos em lixo) para deixar o imóvel com a 'cara da riqueza'. Tal obsessão do professor de Inglês não passou despercebido, tendo Alison também observado, ainda em criança, que Bruce pretendia esconder toda e qualquer imperfeição.
Rígido e nada amoroso, a relação com Bruce foi extremamente distante, até Alison ir para a faculdade. E é aí que o pai se torna mais presente, sendo um conselheiro eficaz especialmente nas aulas de Inglês da Filha.
Eis uma pequena imperfeição: no meio do caminho, há inúmeras citações de livros, clássicos ou não, que só entende a ironia quem já os leu. Em alguns trechos, eu me perdi.
Sobre as linhas de HQ, são limpas, diretas e extremamente apaixonadas, no sentido dos detalhes. Cada quadrinho tem em si um item importante para a história que não foi colocado ali por acaso.
Ganhador de vários prêmios, inclusive de livro do ano pela The New Yoark Times (2007), Fun House é leitura obrigatória para os amantes de HQ e de autobiografias, além da comunidade LGBTT.
Recomendação: MÁXIMA
SINOPSE:
Título: Fun Home
Subtítulo: Uma Tragicomédia em Família
Texto: Alison Bechdel
Tradução: André Conti
Arte: Alison Bechdel
Editora: Conrad
Edição: 1
Ano: 2007
Idioma: Português
Especificações: Brochura | 234 páginas
ISBN: 978-85-7616-271-1
Peso: 430g
Dimensões: 230mm x 160mm
"Fun Home" é um dos maiores fenômenos literários desta década. O álbum é um livro de memórias, onde a quadrinista Alison Bechdel revisita a sua infância e adolescência --especialmente a descoberta de sua homossexualidade e a difícil relação com seu pai Bruce Bechdel.
Homossexual não-assumido, Bruce passava mais tempo reformando o casarão vitoriano que moravam do que dando atenção à família.
Com forte teor literário, Alison conduz a história com maestria, fazendo referências a inúmeros clássicos da literatura universal.
Com o traço limpo e detalhado, complementado por toques aquarelados (sempre num tom de verde), "Fun Home" é uma obra-prima dos quadrinhos --um livro inteligente e revelador, ultrapassando gêneros e utilizando todo o potencial que a sua própria linguagem oferece.
Homossexual não-assumido, Bruce passava mais tempo reformando o casarão vitoriano que moravam do que dando atenção à família.
Com forte teor literário, Alison conduz a história com maestria, fazendo referências a inúmeros clássicos da literatura universal.
Com o traço limpo e detalhado, complementado por toques aquarelados (sempre num tom de verde), "Fun Home" é uma obra-prima dos quadrinhos --um livro inteligente e revelador, ultrapassando gêneros e utilizando todo o potencial que a sua própria linguagem oferece.
Título: Fun Home
Subtítulo: Uma Tragicomédia em Família
Texto: Alison Bechdel
Tradução: André Conti
Arte: Alison Bechdel
Editora: Conrad
Edição: 1
Ano: 2007
Idioma: Português
Especificações: Brochura | 234 páginas
ISBN: 978-85-7616-271-1
Peso: 430g
Dimensões: 230mm x 160mm
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