“O Expresso do Amanhã”, by Bong Joon-Ho



Por Cláudia Pereira //

O cinema coreano continua provando sua pujança cinematográfica.

Depois de Park Chon-Wook, eis que surge mais um  diretor com enorme talento.
Bong Joon-Ho realiza seu primeiro filme em inglês, tendo à frente um elenco exemplar.

Baseado na HQ francesa Le Transperceneige, “O Expresso do Amanhã”  é uma obra que prima pela originalidade e requinte visual.

A trama é tipicamente apocalíptica, mostrando a terra sendo engolida pelo gelo e os sobreviventes tendo que conviver  num trem chamado de  Snowpiercer, divididos por classes sociais e tropas armadas até os dentes.

Obviamente que a classe operária, pobre e desfavorecida, planeja uma rebelião para tomar o expresso de sobressalto.

Comandados por um líder bastante sequelado, Gilliam (John Hurt) prepara seu aprendiz Curtis (Chris Evans) para levar o plano adiante.

Mas para isso, Curtis terá que lutar contra um sistema asfixiante, em que a chefa Mason (Tilda Swinton) usa e abusa da falta de piedade, usando requintes de crueldades para conter a revolta popular.

O magnífico roteiro é mais do que certeiro, ele prende, manipula e cativa o espectador.

Repleto de incríveis reviravoltas, somos jogados pra lá e pra cá feito marionetes.

Bong Joon-Ho mostra-se um mestre em conduzir cenas de tirar o fôlego.

Melhor ainda é perceber que a trama surpreende com uma audácia pouca vista no cinema americano atual.

Uma dica, não se apegue a nenhum personagem por muito tempo.

O roteiro não brinca em serviço, personagens centrais podem sumir conforme a necessidade da história.

Estranho para quem assiste as baboseiras criadas por quem faz filmes de ficção científica.

Bong Joon-Ho não subestima quem está sentado na cadeira.



O elenco impressiona pela qualidade.

Tilda Swinton está divertidíssima como a deplorável Mason, a atriz atua com extrema desenvoltura e o já aclamado talento.

Agora, o mais estranho é ver Chris Evans atuando de verdade.

Sério, quer dizer que além de bonito o rapaz tb sabe atuar?

Verdadeiro milagre conseguido pelo coreano.

Sensacional, divertido, impactante, irônico.

Não existem adjetivos suficientes para descrever a sensação de assistir ao novo filme de
Bong Joon-Ho.

O “Expresso do Amanhã”  é um exemplo autêntico que comprova que a união entre a cultura HQ e o cinema é perfeitamente possível.

Engole essa, América!


Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »
Obrigado pelo seu comentário