[RESENHA] O Festim dos Corvos, de George R. R. Martin
Por Juçara Menezes //
Primeiramente, esta postagem contém SPOILERS!
Se você não quer ter uma noção do que vai acontecer na próxima temporada de Game Of Thrones, PARE POR AQUI!!
Dito isto aos corajosos, vamos ao que interessa.
O quarto livro da Crônicas de Gelo e Fogo apresentam uma cronologia exatamente do ponto em que parou a temporada exibida pela HBO. Mas não se engane! Nem todos os nossos queridos e odiados personagens estão por aqui.
Não adianta procurar por Tyron Lannister, Danaerys e até Jon Snow. Aliás, o bastardo dos Stark só aparece de relance, num tom muito mal humorado depois de ter virado Senhor Comandante da Patrulha da Noite.
Sobre os homens de Manto Negro, somente a história de Sam é contada. E, pra variar, ele se mostra mais corajoso do que se supõe: enfrenta rios tortuosos, tem a missão de levar Meistre Aemon para a Cidadela e ainda dar um jeito em Goiva, que nada menos acaba por ter de trocar seu filho pelo de Dalla e do Rei-pra-lá-da-Muralha.
Se não gostou disso, nem faz ideia do que acontece a Sansa Stark... Fugida de Porto Real e a salvo com Mindinho, a pequena loba transformasse em outra pessoa. Aliás, nem é 'Sansa' o nome que aparece quando inicia o conto sobre ela...
Aliás, pouquíssimas vezes no livro INTEIRO lemos o nome da filha mais velha de Ned e Catelyn. O resultado é que forçamos a memória para lembrar quem exatamente é Alayne.
Estão entendendo a gravidade da situação??
Este é o livro em que Martin quebra todos os paradigmas escritos anteriormente. Nada das frases conhecidas como o medo fere mais que as espadas ou silenciosa como uma sombra. Confesso que escrevo com pesar que o mesmo que acontece a Arya percebesse em Sansa. Não há mais Arya da Casa Stark.
A obra é centrada em Porto Real, com uma guerra quase vencida e uma rainha regente metendo mais os pés pela cabeça do que nunca. Os Lannister têm verdadeiro destaque aqui: só há menções de Tyrion, mas acompanhamos Jaime e Cersei por todo o tempo.
A escrita está obviamente modificada, se comparada aos livros anteriores. Não só as partes conhecidas e já citadas, mas a psicologia dos personagens é bem mais notória. Sabemos mais deles em apenas uma obra do que se juntarmos todos os três livros anteriores.
Não é um livro fácil para ninguém: mesmo com as pessoas que conhecemos, há muito mais novos personagens e várias mudanças de nomes e situações. É completamente natural perder-se no vasto novo mundo que Martin escreveu.
Doeu muito, confesso, saber o destino de alguns. Mas foi extremamente difícil não ter notícias de outros. Não procure Bran ou Rickon Stark, não pense em Dany ou sequer naqueles inúmeros estúpidos Frey. Esqueça mesmo.
Ao final, o autor explica que a a centralização em Porto Real aconteceu porque simplesmente o livro teria ficado grande demais se fosse humanamente possível colocar todos os personagens em um volume só. E o quarto livro não é exatamente pequeno.
Por fim, recomendo muito a leitura deste, especialmente antes da estreia da temporada de #GOT na HBO, no dia 12 de abril.
Só tenha em mente: Não se apegue a nenhum personagem.
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