É melhor ser feliz que ser poeta...


Superlua. Foto: Sandra Monteiro // 

Por Juçara Menezes // 

Quando eu era mais nova (sim, já faz um tempo...) eu tinha uma ligeira obsessão pela Lua e por Vênus. Eu simplesmente tinha que olhar para o céu todas as noites para saber como estavam as coisas, se meu planeta tinha aparecido, se as Três Marias continuavam juntas e se o Cruzeiro do Sul estava alinhado. Mesmo na chuva.

Faço esta pequena introdução para dizer que, revirando meus pen drive a procura de números telefônicos, me deparei com um arquivo onde estavam os meus poemas.

Eu havia encontrado meu grande tesouro, guardado para quando pudesse publicar meu livro só de rimas!

Resolvi dar uma lida e me surpreendi. Como eu era infeliz! Há poucos poemas em que apareço sorrindo ou falando de uma situação agradável...

Percebi também que as últimas rimas começam em 1998 e param em 2001. Amanda, minha querida filha, acabava de completar um ano em 98. Em 2001, tinha perdido minha madrasta...

Neles sempre há palavras como morte, desamor, tristeza, solidão... A Lua é minha única companheira, sempre distante mas presente. A Vênus afinal sou eu, porque há uma mar de estrelas e planetas e só ela se destaca como se excluída. Só percebi isto agora, vendo de longe.

Para que ninguém diga que estou exagerando, vai aí o primeiro poema que está no meu arquivo. Não sei se é o primeiro que escrevi na vida, mas é isso. (Que vergonha! Ele é péssimo!)


1 - MONÓTONO

O que é monotonia
Assim chamo de romance.
O que parecia agonia,
Hoje em dia é só relance.

Quando o fogo já se apaga,
Parecendo acabar toda a chama,
Sinto algo também em querer me queimar
Como incêndio ardente na minha cama.

Mas se na cama me aqueço
Tudo agora me é em vão
Pois tenho boas lembranças
Da minha querida e doce ilusão.


Lembro-me que em 2001 eu parei. Acho que a tristeza deu um tempo. Namorei com quem sempre quis ficar e, depois disso, conheci pessoas novas, entrei novamente para a militância acadêmica e comecei a trabalhar.

Ainda escrevo uns poeminhas,
em ocasiões especiais
e só para mostro para ela...
Tadinha...
Ela ainda se emociona
com minhas poucas cartinhas...

Prefiro assim mesmo
Pois não quero me enganar.
Antes ser feliz que poeta.
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1 Comentários:

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Paula Baiadori
Administrador
9 de junho de 2010 às 09:58 ×

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