Por Juçara Menezes //
Hoje é o primeiro jogo do Brasil na Copa. Seu adversário é a Coreia do Norte, famoso por não ter fama futebolística alguma. Para mim, finalmente o campeonato tem início, já que este ano ainda não tive meu patriotismo natural exacerbado pelo torneio mundial.
Mas o País há muito se mostra favorável a Seleção Canarinho. Tiro isto por Manaus. Nunca vi minha cidade tão enfeitada, tantos carros com suas bandeirinhas, tantas camisas com alusão ao verde e amarelo a venda, e, devido a seus preços módicos, todos já estão devidamente uniformizados.
É o patriotismo? Talvez. É a paixão nacional? Claro que sim. O sentimento de pertenço - de olhar e ver que há outros iguais a você – aflora quando entra em campo o histerismo coletivo, que só o futebol pode causar. Ou seria o esporte coletivo? Afinal, não se vê tantas manifestações de Eu-sou-brasileiro-com-muito-orgulho-com-muito-amor em outras épocas, nem nas Olimpíadas.
É certo também que não temos um título olímpico no futebol, mas nunca antes na história deste país o povo esteve tão confiante em mais um título. Não se fala em outra coisa.
Deve ser por isso que os empresários estão tão felizes quanto chateados. Liberar funcionários causa um certo prejuízo, mesmo que as vendas dos itens da Seleção desde o início de maio tenham sido altas, mesmo que ninguém faça nada durante quase duas horas, mesmo que todos só pensem naquilo: o hexacampeonato.
Felizmente, há muitos que entendem. Meu patrão, por exemplo, como não pode nos liberar, patrocina um super almoço e irá parar nossas atividades durante os jogos. Ele disse que só não libera cerveja porque “dá muita confusão” – e ele está certo.
Há alguns empresários, porém, que não entendem nada de paixões. Soube ontem que uma companhia só irá liberar seus funcionários mediante o desconto do dia e isso os deixou extremamente irritados. Ora, para que manter o povo trabalhando, se nos jogos do Brasil acontece o dia que a Terra parou no meu País? Arfe...
O importante não é só o Brasil jogar. É torcer, é vibrar, é xingar o juiz, a mãe do juiz, o bandeirinha e o próprio jogador por não ter tido paciência para bater direito e não fazer gol (o idiota).
Acima de tudo, torcer pela seleção é deixar de lado o egoísmo, é compartilhar um momento da História com pessoas que às vezes nem conhecemos, é querer ter história para contar depois pros filhos, pros netos, e bater no peito e dizer: meninos, eu vi.
Com ou sem autorização, levantaremos a bandeira, usaremos nossas blusas, gritaremos todos os palavrões inimagináveis e, independente do resultado, não falaremos de mais nada por dias.
Porque eu sou brasileira, e não desisto nunca.
“Quero soltar um grito desumano que é uma maneira de ser escutado” – música Cálice, de Chico Buarque.
1 Comentários:
Clique aqui para ComentáriosVAI CURINTCHA!!!!!
Bom bom bom Post!
=D
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