Hoje é o dia do Amigo. Celebre!



Por Juçara Menezes //

É como diz Paulo Sant'Ana: Tenho amigos que não sabem quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

Não estou reclamando, de modo algum, mas é preciso sempre avisar e lembrar a eles, aos que amamos mesmo de longe, quão importantes eles nos são para viver.

Saber que posso contar com eles, que as nossas coisas em comum nos unem (mesmo as pequenas) são o meu chiclete para não deixá-los escapar.

Por infortúnio da vida corrida, não tenho o contato mais próximo com eles do que gostaria, mas isso só significa uma coisa: a saudade fica maior a cada dia.

É por isso que vez em quando eu escrevo sobre eles, faço propaganda sem o menor pudor e já avisei a todos que sou nepotista mesmo.

É puxação de saco sim, pois se não posso falar-lhes ao vivo, ao menos terão a certeza, através deste espaço, da minha absoluta necessidade que tenho deles. A maioria, sem dúvida, irá se assustar e a intenção é essa mesmo.



Para hoje, o dia do Amigo, dedico a vocês, meus amigos reais, virtuais e leitores, a crônica completa de Paulo Sant'Ana:

Tenho amigos que não sabem o quanto são ...

"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!"
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