Cine & Vídeo Tarumã: Filmes com histórias românticas, sensuais e... loucas




Desde o início do cinema, o tema da sensualidade e sexualidade habita a cabeça dos realizadores de filmes. Se em alguns momentos ele se tornou proibido e perseguido, também seus realizadores encontraram nichos de exibição capaz de difundi-los. O erotismo, ingrediente próprio dos humanos, haveria de encontrar formas mais sutis de serem transplantados para a tela cinematográfica. Ainda em 1913, o curta “Traffic in Souls” faria sucesso em Nova York, capaz de alavancar o gênero.

Os movimentos sociais e culturais de liberdade dos anos 60 e 70 fizeram-se acompanhar de imagens de filmes igualmente libertadoras, desafiando regras e costumes. De lá pra cá, o cinema apresenta a sexualidade em formatos e modelos diferenciados, indo do enfoque sutil, com mais seriedade e instigando o espectador a fortes reflexões sobre comportamentos, ao filme explícito, de forma crua e direta.

Na próxima semana, a programação do Cine & Vídeo Tarumã, da Ufam, elegeu o tema do romance com pitadas fortes de paixão. São filmes que marcaram época pela forma como apresentaram a sensualidade e sexualidade nas relações apaixonadas. Aqui a semana ganhou o nome Histórias Românticas, Sensuais e... Loucas. Os filmes selecionados são: Paixão Turca, do espanhol Vicente Aranda; Louca Paixão, um dos primeiros do holandês Paul Verhoeven, e Corações Loucos, clássico francês de Bertrand Blier.



Na segunda-feira, 21, será exibido o longa Paixão Turca, do catalão Vicente Aranda Paixão Turca. A trama narra a história de Desideria Oliván, uma burguesa que tem um marido carinhoso, uma bela casa e bons amigos, mas sente que falta algo em sua vida, um vazio e uma tristeza que talvez um filho pudesse preencher. Durante uma viagem de férias com o marido e amigos pela Turquia, sente algo diferente e logo acaba entrando no jogo do sedutor de Yaman, o misterioso guia turístico de sua excursão. Ao retornar a Madri, percebe que não pode viver sem Yaman e larga tudo para viver sua louca paixão. Mas tudo na vida tem um preço e, às vezes, é alto demais. O filme é uma produção de 1994 e tem no elenco Ana Belén e Georges Corraface, além de reafirmar características do diretor, já demonstradas em outras obras, de tratar a sexualidade como algo incontrolável.



Paul Verhoeven praticamente lançou-se no estrelato mundial de direção de filmes com Louca Paixão, produção de 1973, lançando também o ator Rutger Hauer. Este é o filme de quarta-feira, 23. O filme conta a história de Eric e Olga, um casal que se conhece de maneira ocasional. Eric é o típico chauvinista, capaz de falar para a sua parceira: "você é gorda". Em outro momento, uma garota tira a blusa e Eric não gosta dos seios dela, fazendo menção para ela se vestir de novo. O relacionamento entre ambos é intenso, com uma química sexual considerável. Em pouco tempo, acaba se tornando uma paixão incontrolável, que os atira contra todas as convenções sociais. Num primeiro momento eles enfrentam a família dela, mas depois é Olga que se afasta dele, fazendo com que Eric perca completamente a razão. Sentimentos como paixão insana, ódio, questionamentos surgem indagando se Eric ama mesmo Olga ou apenas vive uma paixão voluptuosa irresistível. Rutger Hauer e Monique van de Ven vivem os personagens apaixonados.



Fechando a semana, na sexta-feira, 25, será exibido o aclamado filmes francês Corações Loucos, (Les Valseuses), de Bertrand Blier. Jean-Claude (Gerard Depardieu) e Pierrot (Patrick Dewaere) são dois jovens, no início dos anos 1970, que, sem se importar com qualquer convenção estabelecida pela sociedade, passam o tempo perambulando pela cidade, molestando mulheres, praticando assaltos, entre outros crimes. Até que conhecem Marie-Ange (Miou-Miou), uma cabeleireira, que se junta a eles e passa a ser amante, cozinheira e conselheira. Porém, ela está em busca de seu aparentemente inatingível prazer sexual. Corações Loucos é um filme anárquico, ousado e irreverente, que se insere no clima da contracultura. É provavelmente o filme mais ousado e provocador do cineasta francês, que, no Brasil, manteve-se, por décadas, restrito às cinematecas e cineclubes.

Sempre com filmes de temáticas variadas e boa qualidade, o Cine & Vídeo Tarumã é um projeto de extensão do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Amazonas – Ufam, e conta com o apoio cultural da Take Vídeo Locadora e da Reprox Copiadora.

      As exibições ocorrem no Auditório Rio Negro, localizado no Instituto de Ciências Humanas e Letras – ICHL, Coroado I, Campus Universitário, sempre às 12h30 e com entrada gratuita. Para maiores informações, consulte nosso blog: http://cinevideotaruma.blogspot.com/; a comunidade do orkut (“Cine Vídeo Tarumã – UFAM”); no twitter (http://twitter.com/cinevideotaruma). Ou no grupo do facebook.
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