Killer Joe (Matador de Aluguel), by William Friedkin





Por Cláudia Pereira // 

Devastada.

Foi assim que fiquei ao término de “Killer Joe”.

Não existe outra forma de descrever o que é a experiência de assistir ao mais recente longa de William Friedkin.

Não quero me prolongar demasiadamente.

Mas, a verdade é que “Killer Joe” (Matador de Aluguel) é um dos filmes mais inquietantes que já vi.

Algumas vezes repugnante, outras, singelo.

Não existe uma forma exata de se preparar para  o que está por vir.

Comédia de humor negro?

Talvez.

O roteiro é cruel ao mostrar o lado obscuro da cultura americana.

Nada de arranha-céus estilosos ou homens alinhados.

O roteirista Tracy Letts mostra personagens completamente desvairados na busca pelo dinheiro.

Não existe valores capazes de torná-los menos gananciosos ou mentirosos.

Chris (Emile Hirsch) tem algumas semanas para pagar o que deve a um traficante barra pesada.

Sem dinheiro para saldar a dívida, resolve matar a mãe em troca de um seguro de cinquenta mil dólares.

Para isso conta com o apoio do pai, Ansel (Thomas Haden Church) e de sua  inescrupulosa madrasta Sharla (Gina Gershon).

Chris contrata um policial e assassino de aluguel Killer Joe (Matthew McConaughey) para executar o crime.

Joe aceita a irmã virgem de Chris, Dottie (Juno Temple) como um tipo de garantia enquanto não recebe o dinheiro.

A família disfuncional fica satisfeita com o acordo e entrega a ingênua Dottie sem pensar duas vezes.

Obviamente que nada sairá como  planejado.

O espectador será levado ao fundo do poço com os personagens repulsivos que lutam sadicamente para obter um pedaço do dinheiro.

Poucas vezes tive a oportunidade de ver situações tão  bem dirigidas em cena.

Tudo isso orquestrado por um elenco impecável.

Ainda estou embasbacada por  William Friedkin ter conseguido extrair de Matthew McConaughey uma interpretação rara.

Finalmente, o cara mostra que tem capacidade dramática por trás daquele rosto bonito.

Ele faz de Killer Joe um cara implacável e cativante.

Mas, eu não vou negar que a grande atração acaba sendo a rainha dos filmes B, Gina Gershon.

Gershon é a responsável pela cena mais macabra  já vista  no cinema.



Prepare seu estômago, nunca mais você olhará para  uma coxinha de galinha da mesma forma que antes.

Eu ainda estou tão impressionada que só poderia resumir o que penso a respeito desse filme de uma forma:

Aplaudindo de pé.

Obrigada William Friedkin por ter me dado 102 minutos de extrema loucura.

É por causa de grandes mestres como você que o cinema ainda vale a pena.

Rufem os tambores.

O homem voltou.

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