Conselhos sem pudor de Claudinha



Por Cláudia Pereira //

Não sou conselheira profissional, tampouco psicóloga.

Já fiz terapia, mas isso não deve servir de consolo pra ninguém.

Sou tão doida quanto qualquer um.

Tenho neuroses, medos absurdos de bichos rastejantes.

Sofro de insônia, pavor da solidão e sou dependente emocionalmente de namoricos ou casamentos.

Tudo o que sei  é pela prática  da observação e da experiência própria.

Acredite, isso faz uma diferença enorme no final.

Quando vc pensa que já sabe de tudo, que nada mais vai te surpreender...

É aí que surge aquele diabinho da surpresa pra te provar que tudo muda sempre.

Porque é assim mesmo, o ser humano é cheio de reviravoltas terríveis.

Eu gosto de dar conselhos e odeio recebê-los.

Mas, eis que eu tenho o dom.

Sou boa ouvinte.

Escuto sem bocejar, nem reclamar.

A única coisa que peço é um copo de água ou de cerveja (depende do meu humor).

E tem um detalhe interessante: não saio por aí espalhando o que vc me contou em off.

Tem algo mais cavernoso que uma pessoa que espalha teus segredos?

Não é que eu seja santa, eu sou discreta.

Discrição é algo tão raro que até já virou alvo de pesquisa no Google.

Dar conselhos é simples, basta ser óbvio.

Nada de idéias profundas a respeito da vida ou da existência divina.

Se vc reclama de falta de afeto: Procure um felino.

Os homens estão uns babacas? : Pratique o celibato.

As lésbicas também te decepcionaram?: Vc não nasceu para isso.

Não quer namorar um homem pobre? : Procure um cara rico e se aperfeiçoe  para ser do mesmo nível que ele.

Se acha feia, gorda ou desajeitada? : Use o cérebro e esqueça o corpo.

Descobriu que foi traída pelo atual namorado? : Beba e soluce até cair no sono só para acordar amanhã disposta a nunca mais atender uma ligação dele.

Levou tombo no cartão da melhor amiga? : pague calada e cobre discretamente depois.

Todas as situações que citei acima são tão simples  que vc nem deveria precisar da minha humilde ajuda.

Bem lá no fundo, não queremos conselhos ou palpites.

Queremos apenas ser ouvidas.

Porque ouvir é um talento raro hoje em dia.

Uma grande parte das pessoas  te escutam  por dez minutos e falam  depois por uma hora usando a  si próprias como exemplo.

Preste atenção.

O meu conselho é: Não espere que o outro se interesse tanto por seus problemas.

Resolva tudo usando a sua intuição.

Observe as mensagens subliminares que surgem.

Seja generosa consigo mesma.

Sorria quando for possível.

Sofra porque é assim tem que ser.

E se der vontade de me procurar para desabafar

Cá estou

Sentada no meu divã sem hora marcada.

Olhando para a paisagem bucólica que eu mesma inventei.

Bem vinda.
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