“Mas o doutor nem examina... chamando o pai de lado, lhe diz logo em surdina. O mal é da idade e que pra tal menina não há um só remédio em toda a medicina...”
Infelizmente, aconteceu o óbvio.
Amanda cresceu e se tornou uma mocinha. E esta história não tem graça nenhuma.
Um belo dia estava eu almoçando com minha querida e amada filhinha quando vem a bomba. “Mãe, tem um menino lá na escola. Eu quero namorar com ele”.
O chão, a cara, o mundo caiu.
Como uma pessoa paciente e cheia de teorias conspiratórias, respirei fundo e comecei a fazer perguntas.
A primeira foi para minha prima: você já sabia disso? Sim. E sua avó? Também.
Traduzindo: as mães são realmente as últimas a saber.
Falei toda aquela coisa óbvia sobre os namoros, perguntei como foi isso e blá blá blá.
Fui trabalhar com o coração partido.
Cheguei lá e desabafei. Minha filha, minha única filha...
Todos riram da minha cara.
Diana e Joyce me sacanearam muito e tentaram me consolar dizendo que era assim mesmo e que um dia ia acontecer. Alguém cogitou até que eu poderia chamá-lo de filho logo, para ver se eu me acostumava.
Quando Cláudia soube, fez um pequeno escândalo. Ficou nervosa, perdeu a fome e jurou que nunca iria conhecer o tal rapaz.
O pai, que só aparece nessas horas, também reclamou horrores e tive que avisar: vou ter que deixar, caso contrário, faz escondido e eu num quero ser avó tão cedo.
Bons tempos em que minha única preocupação era saber que a menina comia e suava dentro de um brinquedinho sobre rodas inofensivo...
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