O primeiro namorado a mãe nunca esquece

Por Juçara Menezes //

“Mas o doutor nem examina... chamando o pai de lado, lhe diz logo em surdina. O mal é da idade e que pra tal menina não há um só remédio em toda a medicina...”

Infelizmente, aconteceu o óbvio.

Amanda cresceu e se tornou uma mocinha. E esta história não tem graça nenhuma.

Um belo dia estava eu almoçando com minha querida e amada filhinha quando vem a bomba. “Mãe, tem um menino lá na escola. Eu quero namorar com ele”.

O chão, a cara, o mundo caiu.

Como uma pessoa paciente e cheia de teorias conspiratórias, respirei fundo e comecei a fazer perguntas.

A primeira foi para minha prima: você já sabia disso? Sim. E sua avó? Também.

Traduzindo: as mães são realmente as últimas a saber.

Falei toda aquela coisa óbvia sobre os namoros, perguntei como foi isso e blá blá blá.

Fui trabalhar com o coração partido.

Cheguei lá e desabafei. Minha filha, minha única filha...

Todos riram da minha cara.

Diana e Joyce me sacanearam muito e tentaram me consolar dizendo que era assim mesmo e que um dia ia acontecer. Alguém cogitou até que eu poderia chamá-lo de filho logo, para ver se eu me acostumava.

Quando Cláudia soube, fez um pequeno escândalo. Ficou nervosa, perdeu a fome e jurou que nunca iria conhecer o tal rapaz.

O pai, que só aparece nessas horas, também reclamou horrores e tive que avisar: vou ter que deixar, caso contrário, faz escondido e eu num quero ser avó tão cedo.

Bons tempos em que minha única preocupação era saber que a menina comia e suava dentro de um brinquedinho sobre rodas inofensivo...
Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »
Obrigado pelo seu comentário