“Trapaça”, by David O. Russel




Por Cláudia Pereira // 


“Trapaça” merece o nome que ostenta.

O filme finge ser algo que não é.

“Trapaça” não é Cult.

Tampouco inteligente.

Apenas uma película repleta de cacoetes velhos, que copia descaradamente cineastas mais talentosos que o seu criador.

David O. Russel não passa de um embuste.

Nada aqui parece genuíno.

Tudo é lixo reciclado e pior, o resultado não deixa dúvidas:

Ele inventou uma forma de ganhar o  Oscar.

Infelizmente, a manobra pode dar certo, haja visto que uma parte da crítica caiu de quatro para essa produção farsesca.

Irving Rosenfeld(Christian Bale) é um cafajeste trapaceiro que engana alguns otários com seus investimentos.

Ele e a amante Sydney Prosser (Amy Adms) formam um casal que se dão bem em todos os aspectos.

Espertos, eloquentes e ambiciosos, ganham muita grana em cima de alguns ingênuos.

Mas seus golpes são interrompidos por um agente do FBI (Bradley Cooper), um oficial que é capaz de tudo para prender alguns corruptos.

Depois da prisão, o casal é obrigado a colaborar com o descontrolado agente, se infiltrando no submundo da máfia e da política.

A narrativa transloucada nos deixa completamente entediados.

Não há tempo para compreender exatamente o que levou com que alguns personagens tomassem certas decisões.

Simplesmente, as coisas vão acontecendo ininterruptamente, como se uma avalanche tivesse sido jogada lá do alto do projetor.

Tudo muito diluído e superficial.

Christian Bale está ótimo no papel.

Amy Adams desfila maravilhosa em seus modelitos e expressões faciais intensas.

Bradley Cooper  dá gritinhos, solta gargalhadas, copiando à exaustão  o o chatíssimo personagem de “O Lado Bom da Vida” (também de David O.Russel).



E por fim, temos Jennifer Lawrence nos dando  mais uma interpretação memorável.
Só por elas, o filme parece valer a pena.

Infelizmente,  não vale.

“Trapaça” é uma marmota mal escrita, razoavelmente  dirigida e com uma trilha adorável.
David O.Russel copia descaradamente Paul Thomas Anderson e Scorsese.

Só que tem um problema, ele não possui o talento de nenhum dos dois.

O Russel é apenas um diretor mediano, que parece disposto a ser reconhecido como grande.

Seu filme é careta e raso.

Infelizmente, deverá  conquistar alguns Oscars durante sua trajetória.

Porque filmes como “Trapaça” servem somente para concorrer a prêmios.

Logo recebem o merecido ostracismo.

O que é bastante compreensível visto a inexpressividade da trama.
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